A pintura e o fluir das emoções
- Luciana Maurus
- 3 de fev. de 2023
- 2 min de leitura

Há um bom tempo crescemos com a tendência por uma objetividade muito acentuada, o que causa uma perda do intercâmbio com a vida dos sentimentos, que empresta seu colorido e plenitude vital ao pensamento. Assim, geralmente o pensar se torna egocêntrico, e com isso é colocado a serviço dos próprios desejos, correndo o risco de tornar-se frio e duro, representado em preto e branco. Essa unilateralidade do pensar em detrimento do sentir pode causar doenças a longo prazo as quais chamamos de doenças psicossomáticas.*
Durante a atividade da pintura terapêutica, essas forças polares são acionadas por meio das cores e materiais utilizados. O pintor mergulha nesse campo tensional e pela força do EU cresce então a capacidade de lidar com essas forças e manuseá-las de modo mais conveniente em busca de uma harmonia e equilíbrio internos. Desta forma, o indivíduo tem nas mãos o poder de compor novamente o quadro da própria vida e ativamente dar novos contornos ao próprio destino.*
Observando-se pinturas de um trabalho terapêutico, podemos nos admirar ao ver o resultado artístico de pessoas que nunca haviam segurado um pincel nas mãos. Mas é preciso sempre ter em mente que o efeito curativo está na atividade artística, e não em seu resultado. O quadro pronto nos permite apenas intuir o que aconteceu durante o processo do pintar.*
Especialmente a pintura terapêutica em aquarela nos permite mais facilmente sair do campo racional e por meio do fluir das águas, soltar o controle e deixar que as emoções permeiem pelo papel através da mistura de cores e nuances que se formam por meio dessa rica atividade artística.
Funciona como uma potente ferramenta utilizada na Arteterapia, e no caso das crianças, funciona como uma importante complementação à educação tradicional possibilitando o desenvolvimento e afinamento do sistema cognitivo e motor, além de garantir um equilíbrio de todo sistema psíquico (mental e emocional) da criança.
*Trechos extraídos e adaptados do livro antroposófico “Introdução aos Fundamentos da Pintura Terapêutica” de Paul Von Der Heide
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